Menina foge de casamento forçado

Os pais de Nada al-Ahdal mataram seus sonhos. Com apenas 11 anos, a menina estava sendo forçada a se casar. Ela conseguiu fugir e encontrar abrigo com seu tio. Muitas  “crianças inocentes” não conseguem escapar do casamento infantil “ e elas podem morrer, cometer suicídio, ou o que fazer o que vem à mente”, conta Nada.

No Iêmen, é comum uma criança de 12 anos casar-se e ainda por cima ter relações sexuais com homens que têm em média o dobro de sua idade. A média de idade de casamento entre meninas é de 11 anos e meio; enquanto de homens a média é de 28 anos. A média na Arábia Saudita também é preocupante.

Wikipedia/Reprodução

Nada al-Ahdal não é o primeiro caso de casamento forçado durante a infância e provavelmente não será a última criança a fugir. Segundo a organização World Health Organization, por dia acontecem cerca de 39 mil casamentos com noivas meninas. Pouco progresso tem sido feito para acabar com a prática do casamento infantil tanto pelas entidades governamentais como pela grande mídia mundial.

Muitas delas entre oito e quatorze anos logo dão à luz, morrem no parto, viram escravas domésticas e sexuais, apanham até a morte. No vídeo abaixo (com legendas em inglês), Nada al-Ahdal conta que prefere a morte do que casar com um homem que não ama aos 11 anos. Ela prefere a morte do que não viver sua infância, do que não poder brincar, do que não poder sonhar.

“O casamento infantil é uma violação terrível dos direitos humanos e rouba meninas de sua educação, a saúde e as perspectivas de longo prazo”, disse Babatunde Osotimehin, MD, Diretor Executivo do UNFPA. “Uma criança que é casada não terá seu potencial cumprido. Muitos pais e comunidades também querem o melhor para suas filhas, por isso devemos trabalhar juntos e acabar com o casamento de crianças”.

Conforme o site da IPS, uma pesquisa realizada em 2011 do Nepal Demographic and Health Survey (NDHS), mostra que 17 por cento das adolescentes casadas entre 15 e 19 anos estão grávidas ou já são mães. Mães adolescentes dão à luz a 81 de cada 1.000 crianças no Nepal. “É uma criança de dar à luz outra criança”, diz Giulia Vallese, representante da United Nations Population Fund (UNFPA), no Nepal.  “Globalmente, há 16 milhões de meninas com idade entre 15 e 19 anos que dão à luz a cada ano – que nunca tiveram a oportunidade de planejar sua gravidez. É uma questão de desenvolvimento que vai além da saúde “, Vallese enfatiza.

Flavia Bustreo, diretora geral do Adjunto da Família, da Mulher e Saúde da Criança da Organização Mundial de Saúde, alerta que que “as complicações da gravidez e do parto são a principal causa de morte em adolescentes. Temos os meios à nossa disposição para trabalhar em conjunto para impedir o casamento de crianças.”.

Dados da World Health Organization revelam que os países com as maiores taxas de casamento infantil são: o Nigéria, 75%; , Bangladesh, 66%; Guiné, 63%; Moçambique, 56%; Mali, 55% e Malawi, 50%. Em termos de números absolutos, devido ao tamanho de sua população, a Índia tem o maior número de casamentos entre crianças e em 47% de todos os casamentos a noiva é uma criança.

Leia também >> Inocência Interrompida‏: Meninas que se casam com homens, perdem sua infância, são molestadas e tornam-se escravas domésticas.

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Categorias: Ásia, Caixa de Pandora, Comportamento

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  1. Província do Paquistão aprova lei contra o casamento infantil | P a n d o r a | pense fora da caixa | - 30 de abril de 2014

    […] ste número tende a aumentar para 130 milhões em 2030. Leia mais sobre casamento infantil aqui e aqui. […]

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    […] tivistas de direitos humanos dizem que o casamento infantil pode desencadear uma série de violações que têm repercussões ao longo da vida de uma menina. A grande maioria, além de sofrer violência doméstica, é forçada ste número tende a aumentar para 130 milhões em 2030. Leia mais sobre casamento infantil aqui e aqui. […]

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